Na publicação, a revista afirma que áudios, uma selfie e outras mensagens comprovariam que Cid utilizava o perfil “@gabrielar702” no Instagram para comentar sobre sua delação premiada.
Segundo a matéria, ele teria enviado imagens pessoais em casa, momentos com a família, links de reportagens críticas ao STF e mensagens sobre estratégias de seus advogados no processo em que é réu.
“Dessa forma, reiterando todos os termos do requerimento antes formulado no sentido de apurar a titularidade e o uso dos perfis “@gabrielar702” ou “Gabriela R”, a defesa de Mauro Cid requer que seja acrescido na investigação deferida a matéria ora citada que foi publicada na data de hoje, eis que é mais do mesmo que precisa de apuração, pois além de configurar crime, os fatos noticiados têm a capacidade de alterar os termos da colaboração premiada mantida por essa Corte Suprema”, pedem os advogados.
Na quinta-feira (12), a revista já havia divulgado trechos de uma conversa entre o perfil “Gabriela R” e alguém do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No interrogatório realizado nesta semana no STF, Cid negou ter usado as redes sociais durante o período em que esteve sob medidas cautelares.
Ao ser questionado pelo advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, sobre o uso do perfil “@gabrielar702”, respondeu: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.
Após a publicação da nova reportagem, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Meta, empresa responsável pelo Instagram e Facebook, forneça, em 24 horas, dados sobre o perfil citado.
A decisão atendeu ao pedido da própria defesa de Cid, que nega a autoria das mensagens e classificou a reportagem como “falsidade grotesca”.
Ainda nesta sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Cid, e ele prestou novo depoimento na sede da corporação, em Brasília.
Inicialmente, Moraes chegou a determinar a prisão do militar, mas voltou atrás e revogou a ordem.
Além do caso do perfil, Cid também é investigado por planejar uma fuga para Portugal, com ajuda do ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Por ser delator, Cid está obrigado a seguir regras rigorosas para manter os benefícios do acordo, como não mentir nem omitir informações.