Em Buenos Aires, onde participou de uma reunião de autoridades de saúde do Mercosul, o ministro do governo Lula defendeu a organização, da qual o governo de Javier Milei anunciou em fevereiro que a Argentina irá se retirar.
“Eu fiz o meu papel, que é defender a OMS”, disse na saída da reunião, realizada na sede da chancelaria argentina. “Vou continuar fazendo a defesa da OMS e torço para que essa postura possa ser revista ao longo do período por aqueles países que declararam saída da OMS por que isso é muito ruim para os países”, completou.
Padilha frisou a importância da OMS para a obtenção de informações, ajuda na compra de medicamentos, consultoria, formação profissional, e para a troca de experiências.
O ministro de Lula afirmou ser necessário fortalecer a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço local da OMS, para impedir impactos na região da “postura puxada pelos EUA” na saúde da região.
“Nós fizemos uma defesa firme em relação a isso, lamentamos o fato de países fazerem ataques à OMS e queremos aproveitar que no bloco do Mercosul essa parceria com a OPAS para sustentar e fortalecer o papel da OMS na região”, afirmou.
Em julho, o Brasil assume a presidência do Mercosul. Segundo Padilha, o compromisso da liderança do governo Lula para o bloco será combater o negacionismo científico, campanhas anti-vacina e fake news.
Simbolicamente, o ministro deu broches do personagem “Zé Gotinha”, que representa a campanha de imunização brasileira, para seus pares do Mercosul.
O objetivo na área de saúde da presidência brasileira será, segundo ele, fortalecer a imunização, em um momento de ressurgimento do sarampo e de baixa cobertura vacinal contra a gripe em parte das cidades brasileiras e em alguns países da região.
Padilha afirmou ser importante que a região expanda ações para a produção de vacinas e de remédios, para diminuir a dependência do Sudeste Asiático, e disse que uma das prioridades será avançar no acordo do bloco com a União Europeia para produzir medicamentos e adquirir tecnologias de imunização.
Ele disse ser “impressionante” ver que Donald Trump “persegue pesquisadores da área da vacina, corta recursos para pesquisas e cancela contratos para produção de vacinas”, mas enxerga esse cenário como uma oportunidade para atrair pesquisadores.